
A eletroconvulsivoterapia (ECT), também conhecida como terapia de “eletrochoques” ou “choques elétricos”, foi descoberta em 1938 pelos italianos Lucio Bini (1908 – 1964) e Ugo Cerletti (1877- 1963) e modificada ao longo das ultimas décadas.
A ECT é um tratamento psiquiátrico que utiliza correntes elétricas para gerar uma convulsão em pessoas com transtornos mentais graves.
Consiste na indução de uma convulsão dita “generalizada auto-limitada”, semelhante a uma crise epilética, através da administração de um estimulo elétrico na cabeça do doente.
A ECT provou ser eficaz em muitos casos quando a medicação não dava resposta
A ECT também gerou controvérsia e muitos os debates entre os profissionais, os pacientes e o público sobre se o método seria um tratamento útil ou uma tortura desumana para os doentes mentais.
Embora a prática da ECT tenha diminuído brevemente na década de 1960, o seu uso aumentou nos últimos 40 anos. Atualmente, maiores precauções de segurança aliadas a relaxantes musculares e anestésicos protegem melhor os pacientes submetidos ao tratamento de ECT.
Esta máquina foi usada no Centro de Saúde Mental Infantil e Juvenil do Porto, criado em 1962 e fabricada pela empresa Fapril constituída em 1949, com sede no concelho de Aveiro, e à época uma referência tecnológica a nível nacional.
O uso médico da eletricidade
Para compreender os mitos e o estado atual da técnica, é importante conhecer as técnicas médicas baseadas na eletricidade, ao longo dos séculos.
O uso da eletricidade natural no tratamento de diversas patologias, com recurso desde à raia-torpedo, ao peixe-gato ou enguias elétricas, remonta aos egípcios e foi popularizada na Grécia antiga e no Império romano, descrita como terapia torpedinal, utilizada em patalogias dolorosas.
Mais tarde no séc. XVIII, e já obtida por pilhas, geradores de eletricidade estática por fricção ou pelos primeiros capacitadores, como as “garrafas de Leyden”, tentou-se aproveitar possíveis efeitos terapêuticos da eletricidade, tendo sido usada como forma de tratar ansiedade, dores de cabeça, ou mesmo como estimulante cognitivo. Ficaram conhecidos como os eletricistas e a técnica como eletroterapia, que adquiriu bastante notoriedade no século XVIII.
Especificações
Medicina
1955-1964
Fapril – Construções e montagens elétricas, SARL (Aveiro); CHENEY (England)
Aparelho usado na terapia eletroconvulsiva (ECT)
Couro, plástico, borracha, metal, têxtil
13 x 28 x 27 cm
Reserva
Centro de Saúde Mental Infantil e Juvenil do Porto - Hospital Magalhães Lemos (Unidade de Pedopsiquiatria)
MCHP.2022.0511