Boião de Farmácia

Boião de porcelana, executado pelo atelier de Henri Vignier, entre o período de 1853 a 1868. Recipiente onde se acondicionava a pomada mercurial, um tipo de unguento antivenéreo e desparasitante, aplicado em fricções nas áreas afetadas. A preparação da pomada mercurial implicava diversos processos, exigentes e bastante morosos, o que incitou diversos farmacêuticos a ensaiar diferentes métodos e materiais empregues para uma maior brevidade da operação, sobretudo ao nível da trituração. Por volta de 1859, o farmacêutico administrador desta botica, Agostinho da Silva Vieira inventou uma máquina, o “triturador mecânico ”, para a preparação em grande escala da pomada mercurial, à época um dos manipulados com maior consumo no Hospital. Com este triturador mecânico manual conseguia-se preparar uma arroba desta pomada em 12 dias, reduzindo o tempo de preparação em 75%, e suavizando o trabalho para o operador. Na decorrência da proficuidade desta invenção os farmacêuticos da cidade passaram a adquirir aqui esse preparado. O mercúrio, ou seus preparados, pelas suas propriedades adstringente, estimulante, antiespasmódico, diurético e sudorifico, era administrado em doenças febris, inflamatórias, disenteria, obstipação, lepra, e doenças sexualmente transmissíveis como a gonorreia e a sífilis. Empregue na Medicina desde a antiguidade, o mercúrio foi sofrendo substituição por outros produtos menos tóxicos.