Fórceps obstétrico de Tarnier

Instrumento executado pela firma francesa “Collin“ entre 1877 e 1882. Objeto obstétrico, composto por duas hastes articuladas e um trator, utilizado para auxiliar a extração do feto do útero. O fórceps deslizava suavemente para o interior da cavidade vaginal, sendo as suas hastes posicionadas ao longo da cabeça do bebé, de forma a poderem exercer a função de “pinça”. Posteriormente o obstetra efetuava movimentos rotativos e de tração, puxando a cabeça do feto até ao exterior. Este instrumento permitia uma intervenção rápida, determinante aquando sinais de sofrimento fetal. A conceção de extrair o feto por meios naturais usando um instrumento com a forma de uma “pinça” é antiga, contudo essa operação permaneceu durante um longo período incompatível com a sobrevivência do feto. A invenção dos fórceps em 1680 é atribuída à família Chamberlen . Apresentava-se sob a forma de dois ramos separados os quais eram introduzidos individualmente no trato genital e seguidamente articulados. Em 1747, André Levret (1703-1780) para reduzir a compressão na cabeça fetal propôs uma curvatura cefálica nas colheres do fórceps. Em 1877, o obstetra francês Stéphane Tarnier (1828-1897), que se destacou nos cuidados perinatais e invenção de vários instrumentos obstétricos , adicionou um trator às hastes . Segundo Tarnier as vantagens deste sistema passavam por permitir direcionar a força de tração ao eixo da cavidade pélvica, bem como, viabilizar a tração sem atuar nas colheres do fórceps , com livre movimento da cabeça do feto.