Frasco com Acido Acetilossalicilico (Aspirina)

Frasco com Acido Acetilossalicilico (Aspirina)

O Ácido Acetilossalicílico ou AAS (C9H8O4), conhecido popularmente como Aspirina, é um fármaco da família dos salicilatos. Utilizado como medicamento para tratar a dor (analgésico), a febre (antipirético) e a inflamação (anti-inflamatório), devido ao seu efeito inibidor, não seletivo, da ciclo-oxigenase. É também utilizado para tratar inflamações específicas e também como antiagregante plaquetário, contribuindo para diminuir o risco de formação de trombos e o risco de AVC. O ácido salicílico, presente nas folhas do salgueiro (Salix), tem sido utilizado pela humanidade há pelo menos 3.500 anos, quando se verificou que o pó amargo extraído da casca e das folhas do salgueiro era capaz de aliviar as dores e diminuir a inflamação. No século V a.C., Hipócrates, médico grego e pai da medicina científica, escreveu que o pó ácido da casca do salgueiro ou chorão (que contém salicilatos mas é potencialmente tóxico) aliviava dores e diminuía a febre. Esse remédio também é mencionado em textos das civilizações antigas do Médio Oriente, Suméria, Egito e Assíria. Os nativos americanos usavam-no também para dores de cabeça, febre, reumatismo e tremores. O reverendo Edmund Stone, pastor e cientista (1702-1768) de Oxford, Reino Unido, redescobriu em 1763 as propriedades antipiréticas da casca do Salgueiro e descreveu-as de forma científica. O princípio ativo da casca, a salicina, foi isolado na sua forma cristalina em 1828 pelo químico alemão Johan Buchner (1783-1852) e em 1829 pelo farmacêutico francês Henri Leroux que obteve uma quantidade maior. Em 1838, o químico italiano Raffaele Piria (1814-1865) descreveu a descoberta de uma substância nova, o ácido salicílico, através da hidrólise da salicina. O ácido acetilossalicílico seria sintetizado pela primeira vez pelo químico francês Charles Frédéric Gerhardt (1816-1856) em 1853, ao combinar o salicilato de sódio com cloreto de acetila. Na segunda metade do século XIX outros químicos descreveram a sua estrutura química e criaram métodos mais eficientes para sua síntese. Contudo a descoberta do AAS deu-se em 1897, quando o químico alemão Felix Hoffmann procurava uma alternativa ao ácido salicílico que fosse melhor tolerada pelos doentes, pois o seu pai sofria de reumatismo crónico que combatia diariamente com ácido salicílico, o que lhe causava sérios problemas de estômago e um desagradável sabor na boca. Assim surgiu o AAS, eficaz no combate às dores, à inflamação e à febre, mas com um sabor menos amargo e melhor tolerado pelo estômago. Além de fazer história por ser o primeiro composto sintetizado em laboratório, o AAS foi um dos primeiros medicamentos no mundo a estar disponível numa dose padronizada. Dois anos depois da sua descoberta, o AAS foi lançado no mercado alemão pela Bayer sob a marca registada de Aspirina.

Galeria

Especificações

Categoria
Farmácia
Cronologia
Século XX (1ª metade)
Produções
Serviços Farmacêuticos - Hospital Joaquim Urbano
Funções
Substância terapêutica utilizada na preparação de medicamentos.
Materiais
Vidro, Papel
Medidas
21,0 x 8,7 cm
Localização
Reserva
Incorporação
Hospital de Joaquim Urbano
Nº Inventário
MCHP.2013.0076