Hospital de Santo António
Projetado pelo arquiteto inglês John Carr, e com a primeira pedra lançada a 15 de julho de 1770, o Hospital de Santo António foi pensado para substituir o velho Hospital D. Lopo de Almeida, que se situava na Rua das Flores. É um dos mais extraordinários exemplos da arquitetura neopalladiana realizada fora de Inglaterra e o primeiro edifício neoclássico da cidade, que em muito influenciou a arquitetura portuense. Foi classificado como Monumento Nacional em 1910.
O projeto original - um edifício neopalladino com quatro alas monumentais e uma igreja, com planta em cruz grega e zimbório, localizada no centro do grande claustro - nunca chegou a ser totalmente concluído, tendo-se procedido a grandes alterações. De destacar a fachada poente e a igreja que não foram erguidas e as alas norte e sul que assumiram uma materialização de cerca de 50% dos 178 metros propostos por John Carr.
A construção do edifício iniciou-se no extremo sul da fachada voltada a nascente. O 1º diretor da obra foi o engenheiro militar Francisco Pinheiro da Cunha. Devido ao enorme desnível do terreno foi requerido ao Senado do Porto que os entulhos provenientes das obras da cidade e das inundações do Douro se lançassem para a obra no sentido de nivelar o terreno.
A maior parte do granito utilizado na edificação era proveniente das pedreiras do Monte Pedral. Contudo na segunda fase da edificação, iniciada em 1791, foi aplicada pedra proveniente do derrube da Muralha da cidade.
A 19 de Agosto de 1799, 29 anos após o início da construção e com as obras ainda a decorrerem, foram transferidas do Hospital D. Lopo de Almeida as primeiras 150 doentes, que ocuparam o ângulo sul do edifício construído desde 1792.
A 10 de setembro de 1825 a Régia Escola de Cirurgia do Porto, criada por alvará de 25 de junho desse ano, inicia funções no Hospital de Santo António com 70 alunos.
Em 1833 estava completo o primeiro torreão lateral, do lado da Cordoaria, encimado pela estátua de Hipócrates. A frente nascente virada à cidade acabou por ser a única concluída. Apenas destituída de alguma estatuária prevista, apresenta-se em perfeita conformidade com os desígnios do projeto original de John Carr.
No dia 9 de junho de 1871 foi colocada na parte setentrional do frontispício do hospital a estátua de Galeno, da autoria de António de Almeida Costa. Uma oferta do Comendador Manoel Francisco Duarte Cidade.
Na década de 50 do séc. XIX foi regularizado o limite norte da propriedade com arranjo em jardim da Praça Duque de Beja, comumente conhecida por Jardim do Carregal. Nesta ala norte, com entrada exterior pelo arruamento Rua Dr. Tiago d´Almeida, seria inaugurado a 14 de junho de 1908 o Balneário Público do Hospital. Tinha por fim fornecer banhos, estendendo o benefício da limpeza e da hidroterapia a pessoas que necessitassem esse auxílio.
Em 1916 é concluído o torreão de remate da ala norte conforme projeto de encerramento do edifício da autoria de José Isidro da Silva Campos.
As crescentes necessidades de ampliação e modernização das instalações levaram a que, em 1992, se concebesse a remodelação do edifício Monumento Nacional e a criação de um novo edifício, este inaugurado em 1998. O novo edifício da autoria do arquiteto Carlos Loureiro recebeu a designação de um dos seus grandes impulsionadores, o Dr. Luís de Carvalho, e dotou o HSA de condições para responder a novos desafios.