Hospital Central Especializado de Crianças Maria Pia
Foi no dia 31 de dezembro de 1881 que um grupo de beneméritos reunidos na Farmácia Homeopática do Bonjardim decidiu fundar na cidade do Porto uma instituição destinada a «recolher, medicar e acarinhar as crianças pobres e doentes de tenra idade».
Obtida a autorização real a 15 de março de 1882, e sob a proteção da Rainha D. Maria Pia, o «Real Hospital de Crianças Maria Pia» começou a funcionar no dia 1 de janeiro de 1883. Durante os primeiros dezoito meses do seu exercício foram hospitalizadas 385 crianças de ambos os sexos, sete das quais careceram de interveção cirúrgica.
Instalado inicialmente numa casa alugada na Rua da Carvalhosa, que não reunia os requisitos indispensáveis ao Hospital, procurou-se desde logo outro local onde se pudesse instalar de raiz. Na decorrência de extensas diligências seria em 1894 doado um terreno pela benfeitora D. Emília Cabral Pereira Cardoso. Com projeto de construção dos engenheiros Estêvão Torres e Adriano Sá, aprovado em 27 de setembro de 1897, a primeira pedra foi lançada a 11 de fevereiro de 1898.
Em 1911 o Hospital seria finalmente transferido para o seu novo edifício na Rua da Boavista nº 822.
Em consequência da Primeira Guerra Mundial é feita a sua cedência temporária à Delegação da Cruz Vermelha, a partir de 1 de julho de 1917, para aqui acolher e tratar os soldados feridos e convalescentes. Entre 1918 e 1924 é também mobilizado pelo Ministério da Guerra para prestar assistência a adultos com tifo exantemático e gripe pneumónica.
Tendo sofrido danos graves, encetaram-se obras de reparação e melhoramentos, reabrindo o Hospital de Crianças Maria Pia novamente portas à comunidade como instituição pediátrica a 5 de maio de 1925, contando com a ajuda das Missionárias de Maria nos serviços hospitalares. Ao longo dos anos inúmeros beneméritos ativos e dedicados ao Hospital, diversos mecenas e organismos oficiais contribuíram, impulsionaram e apoiaram a sua expansão e o seu desenvolvimento.
Detendo um longo percurso de assistência diferenciada e humanizada à Criança, o Hospital atingiu na década de 60 o seu auge de funcionalidade contando em 1967 com 172 camas e 17 valências médicas e cirúrgicas pediátricas. Integrava até um Posto Escolar, criado para que pudesse ser ministrado o ensino próprio do elevado número de crianças em idade escolar, que a sua doença obrigava a um prologado internamento.
Em 1975 passou para a tutela do Ministério da Saúde tendo prosseguido a sua expansão.
A 1 de outubro de 2007 foi integrado no Centro Hospitalar do Porto e em 2012, não reunindo as condições de segurança necessárias, foi encerrado e toda a sua atividade transferida para a unidade Hospital de Santo António.
